17.9.11

Cicatriz

Começou com um ato falho. De minha parte, é claro. Devo ser a rainha dos deslizes verbais, especialmente quando é, de alguma forma, importante pra mim. De qualquer forma, com um ato falho começou e eu sequer perdi o fôlego. “Você pode ou não considerar isso uma cantada, você é quem sabe”, eu disse. E todas as vezes que o vi depois fingi que nada tinha acontecido. Até o dia em que decidi que ou era, ou não era, e fodam-se as convenções sociais porque não são elas que vão encher minha barriga ou pagar minhas contas.

E foi. Não me perguntem como, mas foi. E eu gostei, ainda que as lembranças se resumam a um borrão vermelho em minhas lembranças. Borrão vermelho, sinal de que foi bom. Lembro da frustração de faltar um detalhe e isso (não) foder com tudo. E de abotoar meu sutiã e sair andando, embriagada tanto do álcool quanto do corpo que segundos antes estava contra o meu, poucos momentos antes da queda. Lembro de deixar minha marca gravada, como uma assinatura doentia, vampira que sou, em um pescoço. Lembro de sussurros ao pé do ouvido. Lembro de convites, originalmente aceitos e depois recusados. E nada mais.

Não há necessidade de perguntas. Nos meus olhos, na minha pele, sinais de como estou. Não é o frio que faz gelar minha pele. Não é a indignação que faz meus olhos faiscarem. Não é a solidão que me aflige.

São as promessas feitas. E as subentendidas.

E que esta história fique por aqui. Afinal, para bom entendedor...

Um comentário:

gabriel disse...

au au deutsches Hund