29.7.09

Errata

Onde foi dito "não te perdôo", entenda-se "a culpa é minha".
Onde lê-se "vou embora", leia-se "não me deixe".
Onde houve "desisto", entenda-se "por favor, diga que quer voltar".
Substitua o "vou me afastar" por "me abrace e diga que está tudo bem".

Quisera eu fosse tão fácil corrigir as falhas passadas, presentes e futuras
Como se foram apenas erratas num jornaleco de esquina.
Uma borracha, um corretivo, uma nota de escusas
Uma legenda qualquer...

Mas nesta comédia de erros
Sempre fica o dito pelo não dito
E quando as contas são postas no papel, fica claro:
Quem mais errou fui eu.

2 comentários:

De Beachbarengril disse...

Por mais doído que seja ler este poema, não posso negar que sabes, sim, usar as palavras. E que se por um acaso você abandonar esse dom um dia, eu farei questão de lhe procurar para lhe dar uma bronca.

Bruna Borges disse...

Triste, doído, dolorido!
Talvez por isso, perfeito.