Faz barulho demais aqui dentro
E minha mente já se foi,
Com medo do eterno.
Hoje, ansiei pelo fim;
Mas o inverno nunca chega,
Nem se cala o ruído que ecoa
Nesta casca vazia,
Salitre e zinabre.
Em algum lugar,
Não sei bem onde,
Esqueci como mover os músculos do sorriso.
Esqueci como cheguei aqui
Mas, por todos os lados, há paredes
E nada remove esta farpa
Fingindo, o inseto, ser leão.
Faz barulho demais aqui dentro,
E as luzes da cidade
(e daqueles olhos)
(e das chamas que hão de um dia me consumir)
São tão lindas refletidas
No asfalto úmido de chuva e sangue.
Hoje, senti medo do vazio,
Mas a vida insiste em alcançar meus ouvidos exaustos
E me distrair da morte que habita em mim.
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