4.7.19

serafina

quero voar
e tenho asas
mas há algo invisível
que me ata
e insiste
em embaraçar
os fios do destino.

o céu castanho
também envelheceu.
já se ilumina
animado pelo burburinho
(da vida,
e, por vezes,
da morte)
e sinto que
quebrei algo
sagrado
(em mim)
e o que era orgulho
despedaçou-se.

agora, nada mais ouço
senão a música das florestas
(cinzentas),
o canto das dríades
insistindo em oferecer
unicidade e
clareza.

do alto
o caos parece
tão pequeno,
tão nítido.

daqui de cima,
as estrelas
nunca foram
tão distantes.

Nenhum comentário: