5.7.19

Ariadna

O eremita ergueu sua lanterna
mas a chama fugídia de pouco serviu
senão para lançar sombras bruxuleantes,
platônicas,
nas paredes deste labirinto.

Presa fácil, cíclica,
do eterno e inescapável retorno:
à vida, aos amores,
aos humores e dissabores.

Quis crer que encontrei a cura
para esta trajetória execrável,
mas Mercúrio está sempre retrógrado
e minha natureza esquiva
é a própria moléstia a me consumir.

Ao final da meada,
nada é passageiro;
tudo é reprise,
tudo é transferência.

Nenhum comentário: