13.6.19

Pecadilhos

Perversão das promessas pueris:
palavras proferidas na pulsão do presente.
Peço-lhe, impeça-me.

Impeça-me de pular uma parte portentosa
Do passado pujante que nos prende ao compasso do pretexto
Pedidos perdidos na pressa dos apesares
Sem sopesar o poço profundo dos pesares
Tão próprios de nós.

Piedade, peço-lhe. Impeça-me.
Se porventura pusermos um ponto,
punção perigosa, perene, impiedosa,
perderei-me, pesarosa
nas passagens primorosas
de projetos paralelos,
princípios permissivos presentes no apelo.

Preciso permitir-me parar e apreciar
o pêsame da ruptura primordial
para que possa pesar
a pusilanimidade da peça, um punhal.

Pretensões que pedem-me permissão:
Pinçando do pedestal a prova,
plúmbeas as preces,
a presunção pavorosa
do espaço perigoso entre meus pés
e seus passos pesados.

Da ponta porosa
escapa a prosa.
Da plenitude do peito,
por apressado que pareça o pleito,
permito-me padecer.

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