Eu queria, uma vez na vida, viver um amor tão bonito quanto os tantos que inventei dentro de mim. E, de todos os romances que rabisquei a lápis nas margens da minha memória, o seu foi o mais floreado e rebuscado. Um amor assim, meio pós-moderno com pitadas ultrarromânticas, um cyberpunk ninado por menestréis. A mais bela e complexa trama de amor de todos os tempos, da qual nem eu nem você seríamos capazes de nos desemaranhar. Tinha todo o potencial pra virar best-seller, com adaptação cinematográfica recorde de bilheteria. Pena que o título foi cancelado e virou encalhe.
2 comentários:
E não sonhamos todos um amor regido a trompetes celestiais enquanto ouvimos a gaita de foles tossir na nossa cara nossa própria solidão. Em aguardo o manuscrito do roteiro para a felicidade, ainda que sujo, empoeirado e cheio de rabiscos, largado ao lado do coração sonhador e abandonado...
Dee, vc é uma artista!
Acontece quando uma pessoa aperta o play e assiste um filme sozinha. Acontece quando a catarse de uma trama tão melosa, passada na tela, entra nas artérias sem precisar de intermédio algum, e de repente está inundando o coração. Então o sentimento prolifera e tem como escape os suspiros de desilusão. Vários roteiros já devem ter sido escritos desde então. Vários jogados no lixo ou, mesmo bons, não se adaptam ao formato cinematográfico e ao dos best sellers. E viram filmes para que só a mente assista. E lamente o desperdício. Eu escrevi, você escreveu, e jogamos o roteiro fora. Acho que posso te entender.
Postar um comentário