6.1.11

Noite em claro

O dia passa como se fosse num sonho. Ando e ando, mas não sinto o chão - não sinto o peso nas pernas, não sinto as horas passarem. Há momentos em que passam num piscar de olhos; em outros, arrastam-se demoradamente, saboreando cada segundo. Quanto tempo faz que almocei? E que jantei? Há quantas horas me deitei pela última vez? Nem percebi o sol se escondendo, até que fosse tarde demais para dizer adeus.

A casa ainda vazia parece imensa, e os passos que não estão aqui ecoam na minha memória. Ainda era claro quando olhei pela janela, mas me banhei à luz de velas por medo da escuridão. A vela continua acesa para que você não deixe de enxergar o caminho até meus sonhos, dessa vez reais, porque não despertos. Deito e fecho os olhos; assim sozinha, o amanhecer vai demorar demais para chegar.

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