Estar só tem suas vantagens. Consigo pensar. Consigo, inclusive, não pensar e não me sentir na obrigação de fazê-lo. Paz. Enfim, paz, depois de tantos dias de correria e da adorável, porém por vezes sufocante, presença constante dos amigos.
Me deito novamente no chão, um cigarro aceso em um dos cantos da boca e os cabelos soltos esparramados como chamas a lamber o piso azulejado. O chão frio sob minhas costas tem um quê de revigorante. A música alta ecoa pelas paredes nuas. É tudo muito branco, de onde estou deitada. Só comigo mesma, danço com o vazio, na esperança de que isso acalme a criança mimada e teimosa que cresce dentro de meu peito. Danço com minha sombra refletida na parede, e finjo que não preciso de mais ninguém. Estou feliz, estou sinceramente feliz. Mas falta algo.
Falta você.
Um comentário:
Puta que pariu, muito lindo.
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