29.7.14

Parasita

Passei várias noites em claro, sem conseguir dormir direito com a dor que me consumia o ventre. Meu coração disparava, o ar me faltava e a cabeça, ah, essa não parava quieta; eu não conseguia ordenar meus pensamentos, e sem a menor provocação lá estava você na minha memória de novo. Eu chorava, porque era tanto amor que parecia que eu ia transbordar; várias vezes quis vomitar de tanta agonia, botar para fora todas as lágrimas e sentimentos ruins e esse gosto amargo, de bile, que a rejeição deixava na minha boca. Eu não conseguia mais comer. Eu não conseguia mais dormir. Perdi peso, perdi forças, perdi a vontade de viver, enfim desisti de continuar alimentando esse mal que cada vez mais crescia dentro de mim e procurei ajuda profissional. O psicólogo, depois de um breve exame, me encaminhou para outro profissional. "Acho que é o caso de medicar..." "É tão grave assim, doutor? Preciso de acompanhamento psiquiátrico?" "Não. O que você tem não é dor de amor; é verme."

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