4.1.11

Fim de férias

Queria levantar-se preguiçosamente, desenrolando com cuidado todos os membros do corpo do lençol amarfanhado, e sobressaltar-se com o céu já escuro. Queria lembrar-se delicadamente dos sonhos que tivera. Queria, enfim, aproveitar o último dia oficial de férias para dormir tanto quanto pudesse e voltar ao trabalho com  a pilha recarregada o suficiente pra não se importar em dormir menos de 6h/noite. Mas ninguém nunca deixa, não é?

Abriu os olhos com o som irritante do celular. Piscou de leve, bem de leve, enquanto tentava identificar de onde vinha aquela música de videogame. O sonho não tinha videogame, ou será que tinha? O que estava sonhando, mesmo? Mal humorada, atendeu o aparelhinho dos demônios. Não, acabei de acordar. É. Não, acordei com o telefone tocando. Não quero falar com ela, tô com sono. Tchau. Voltou pra cama com o celular em mãos e viu que tinha uma ligação perdida. Quem, em sã consciência, me liga às 9h45 da manhã durante as férias? Viu que era um caso antigo, já dado por encerrado. Foda-se, não vou retornar. Voltou a dormir.

Acordou meia hora depois, sem sonhos nem ânimo. Hoje, o dia vai ser uma bosta. Ligou o computador, esquentou o almoço e foi não-viver.

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