26.10.10

Seca

Não sei medir ou conter o que sinto; nessa vida, só sei sentir. Foi só o que aprendi, e até nisso sou auto-didata. Não vou mentir: sequer sei quem ou o que sou, ou para que sirvo. Só sei o que sinto, e, de uns dias pra cá, só sinto amor. O pior tipo de amor, aquele que não se concretiza, fica estagnado e morre de solidão. Mas o meu se concretizou, e viveu, e correu livre e desbragado até o momento em que deixou de ser. E aí fico eu aqui, com todo esse volume de sentimentos ocupando um espaço imenso dentro do meu peito, sem ter por onde dar vazão, sem que eu tenha pra onde correr pra aliviar esse contrário de vazio, essa amplitude que eu descobri dentro de mim e preferia que nunca tivesse. Eu era seca, eu estava seca; agora, soçobro e afogo em mim mesma.

Um comentário:

Bruna Borges disse...

Uau!!!
Fazia um tempo q n passava p aki, mas q bom te perceber morrendo assim, cheia de líquidos.