6.7.09

Metalinguagem

A verdade, a mais absoluta e triste das verdades, é que qualquer ilustre desconhecido, contanto que alfabetizado, pode ser um cronista. Mas daí a escrever bem, daí a ser um bom cronista, é uma história completamente diferente.

Este é um fato que admiti após intensa repetição de professores e autores: qualquer um que se dispuser à prática de tão ingrato ofício pode ser, e muito provavelmente de fato será, um escritor. E, ainda assim, apenas alguns poucos, uma seleta elite, tem a oportunidade de fazê-lo profissionalmente.

É o tal do talento, ainda que cursos e mais cursos de formação de escritores insistam em tentar nos convencer de que escritaliterária é muito mais esforço que o dom propriamente dito. É a única explicação, salvo a posse da mais preciosa ferramenta do meio: um padrinho influente.

E se esta pseudo-crônica parece carregada com uma sutil subnota de amargura, é porque careço deste último. Mas isto não vem ao caso.

Se qualquer um, sucesso ou fracasso à parte, pode ser um cronista, o que, afinal, constitui uma crônica? O que pode ser um tema para uma crônica? Um trocadilho pode formar uma crônica?

Quero crer, e apoio minha fé nas palavras e escritos de meus mestres, que mesmo o singelo ato de escrever uma crônica pode render um texto razoavelmente decente. E, sendo assim, definimos que qualquer coisa é um tema, o que combina perfeitamente com o espírito de liberdade de que a crônica nos imbui. Mesmo o nada pode gerar algo, como as últimas linhas nos vêm mostrar.

E assim, por falta do que mais dizer, encerro este arremedo de crônica repleta de metalinguagem à melhor maneira machadiana:

Boas noites.


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2 comentários:

Tássia Pellegrini disse...

tá fofo o blog. e com widgets legais *_* parabéns pelos textos. Amei. Você é demais. Escritora nata =)

Cris Bispo disse...

lembro q o primeiro texto seu q li foi a história de um lápis. Não lembro direito, mas ele era diferente dos demais. Me apaixonei pelos seus textos ali! ^^